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Entrevista | Geraldo Alckmin ganha respeito do empresariado de Santa Catarina

Por: Marcos Schettini
13/06/2018 21:03 - Atualizado em 13/06/2018 21:04

Durante seu roteiro por Santa Catarina, o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) concedeu uma entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini. Nas dependências do Hotel Lang Palace, em Chapecó, o ex-governador de São Paulo falou de diretrizes que deve adotar caso seja eleito, como reformas, desburocratização do Estado e investimentos que gerem emprego e renda. O tucano também elogiou o sistema cooperativista implantado no Oeste do Estado e afirmou pregar união nacional.

Marcos Schettini: O PSDB não deveria ter sido mais rígido, rompendo com o MDB e dando uma orientação melhor ao Brasil?

Geraldo Alckmin: Nós procuramos ser coerentes. Ocorrido o impeachment, temos responsabilidade com o Brasil, ajudando o país em um momento muito difícil, com a inflação em mais de 10% e o desemprego em 13%, com uma grande instabilidade. Eu sempre defendi que não deveríamos participar do governo, apenas votando aquilo que fosse do interesse do povo brasileiro. Mas em uma decisão majoritária, o partido decidiu em participar. Hoje, praticamente não há ninguém no governo, a não ser o chanceler Aloísio Nunes, que é órgão mais de Estado do que político. Estamos na antevéspera da eleição e precisamos pensar no futuro, nos próximos quatro anos, retomando a economia de maneira forte.

Schettini: As agroindústrias sofreram abalos da Operação Carne Fraca e na greve dos caminhoneiros. O Governo Federal não foi fraco?

Alckmin: A região Oeste de Santa Catarina é uma potência do agronegócio, de agregação de valor, sendo um modelo no cooperativismo como é o caso da Aurora, fazendo jus à homenagem da ADVB recebida pelo Mário Lanznaster. Na questão da Carne Fraca, precisamos ter em mente a defesa sanitária e, de outro lado, não podemos permitir que os demais países façam um novo modelo de colonialismo, criando uma guerra comercial, através de questões sanitárias, se aproveitando deste caso para fechar mercado e dificultar o acesso do produto brasileiro. Na questão da greve dos caminhoneiros, o governo deveria ter se antecipado e ter resolvido isso, não deixando chegar onde chegou, gerando um grande prejuízo ao Brasil.

Schettini: Quais as melhores rotas para salvar o Brasil?

Alckmin: Primeiro não deve ter impunidade. O que estimula o crime chamado de colarinho branco é a impunidade. Então é necessário transparência e investigação. A outra são as reformas, pois o modelo político do Brasil está exaurido. Rapidamente, em janeiro, devemos apresentar a Reforma Política, com voto distrital ou distrital misto, com cláusula de desempenho mais forte, ou seja, com menos partidos e mais pragmáticos. Também deve se trazer investimentos para podermos crescer, sendo que o grande desafio hoje é emprego e renda. Como se consegue emprego, para quem não possui, e como se melhora a renda da população, para aumentar o poder de compra e conseguir realizar os sonhos da família? Para tudo isso precisa se ter uma agenda e é isso que estamos fazendo, uma agenda de competitividades, que é baixar juros, abrir para competição do setor bancário, tendo outras formas de crédito, abertura comercial para conquistar o mercado lá fora. Educação Básica de qualidade, simplificação tributária, diminuindo esse emaranhado de impostos que é uma carga absurda nas costas dos trabalhadores e empreendedores do Brasil. Isso tudo dá para fazer já no começo do ano, com a força das urnas e do povo, pois quem vencer a eleição terá em torno de 50 a 55 milhões de votos, com aval para poder fazer rapidamente essas simplificações e reformas que o Brasil necessita para retomar o crescimento. E vai retomar.

Schettini: O ex-governador Jorge Bornhausen disse que o Brasil necessita de um presidente com seu perfil de estadista. Como conquistar respeito dentro e fora do país?

Alckmin: Entendo que os extremismos não são os caminhos, e sim os descaminhos. Juscelino Kubitschek dizia que iria percorrer o Brasil de Sul ao Norte, de Leste a Oeste, pregando a união nacional. Há muita raiva e muita divisão, mas nós temos apenas um Brasil. Então, para voltarmos a crescer não será com extremismos, mas sim com reformas, eficiência, agenda de produtividade, desburocratização, destravando a economia e reduzindo o chamado “Custo Brasil”, conquistando o mercado internacional. Nós temos um diferencial entre os demais candidatos, é que ninguém fez, mas nós já fizemos. Por exemplo, em São Paulo reduzimos a carga tributária e os indicadores de criminalidade, melhoramos a Segurança Pública, duplicamos as rodovias e investimos nos trens. Então esta é uma diferença grande entre falar e fazer. Nós já fizemos e isso nos dá um diferencial importante.

Schettini: O MDB não traria a mancha de Michel Temer, colocando em xeque o nome do senhor?

Alckmin: Ainda não está em discussão a aliança com o MDB em nível nacional, pois eles têm o nome do Henrique Meirelles. Nós vamos fazer aliança com quem não tem candidato, então hoje já temos cinco partidos e devemos ampliar para sete ou oito partidos, mas isso só em julho, quando iniciar as convenções.

Schettini: Em Santa Catarina, há possibilidade de Paulo Bauer fechar aliança com o Progressistas e PSD, como é o desejo de Jorge Bornhausen, ou há tratativas com o MDB de Pinho Moreira?

Alckmin: Nosso candidato em Santa Catarina é o Paulo Bauer, mas esta decisão é no Estado. Eles estão conversando com outros partidos para fazer uma boa aliança e essa deve ser uma tarefa dos membros do partido aqui. Precisamos respeitar a autonomia de cada Estado, pois cada local tem uma realidade diferente.

Schettini: Qual o espelho que o senhor leva do Oeste de Santa Catarina?

Alckmin: Sempre é uma alegria voltar a Chapecó. Ganhei uma camisa muito carinhosa da Chapecoense que vou levar no meu coração. Pretendo voltar porque não deu tempo de visitar a Aurora, uma das maiores cooperativas do mundo e repetir o bom café de Chapecó, cidade que possui uma população extremamente acolhedora e hospitaleira. Eu amo este Estado por sua beleza, gente de trabalho e suas maravilhas. Vou voltar em breve.


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